segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

planta dos xamãs/xamanes:

Nome: Sálvia Divinorum Nome científico: Salvia divinorum
Classificação Xamânica: Planta de Poder
Origem: México
Substâncias ativas: Salvinorina A
Nomes mais conhecidos: Divinorum, Ska Maria Pastora, Menta Mágica, Sava e Hierba de los Dioses






Salvia divinorum é uma espécie do gênero salvia. Existem aproximadamente 1000 espécies no mundo que pertencem a este gênero, mas apenas a Salvia divinorum é conhecida por induzir visões. A salvia pertence a uma grande família de plantas conhecidas como Labiatae. Também fazem parte desta família a menta e o orégano. A Salvia divinorum tem flores roxas muito belas e poderia ser cultivada apenas por este motivo, porém a grande maioria das pessoas que cultiva esta planta está interessada em seus fascinantes efeitos psicoativos. 
Plantar e cuidar de uma Salvia Divinorum é uma experiência que pode ser considerada como sendo “mágica”, pois parece inspirar o cultivador de maneiras inexplicáveis. Além disso, o ambiente onde se encontra uma dessas plantas é influenciado positivamente. 


O nome botânico Salvia divinorum significa “salvia dos adivinhos”. Nas condições certas e usada da maneira correta, a salvia produz um estado único de “transe divino”. Por centenas de anos, ela foi usada em cerimônias religiosas e de cura pelos índios Mazateca que vivem na província de Oaxaca no México, tendo sido e reservada por eles só para fins xamânicos. Vários registros descrevem que esses rituais louvavam a presença de uma entidade feminina ou “deusa sábia”. Derivam daí os outros nomes pelas quais a erva é conhecida: “Ska Maria Pastora”, “Yerba de Maria”, “Erva dos Adivinhos” entre outros. Há fortes indícios de que a legendária erva Pipiltzintzintli, que os Astecas utilizavam em suas cerimônias rituais há milhares de anos, era a Salvia divinorum


Nos últimos anos há bem mais pessoas experimentando a Salvia divinorum. Seu uso tem se tornado tanto popular quanto controverso. Salvia divinorum é uma poderosa erva visionária, uma “planta de poder”. Esta planta é única. Ela não pode ser considerada como um placebo ou como um ácido ou uma maconha “legais”. Ela não é um substituto para nenhuma outra droga e não é comparável com qualquer outra droga. Embora nos últimos 10 anos milhares de pessoas do mundo tenham experimentado ao menos uma vez as folhas de Salvia divinorum, a maior parte destas pessoas não quis tentar a experiência pela segunda vez. 


Se você pretende usar a Salvia divinorum, é extremamente importante que antes você conheça seus efeitos, os possíveis perigos e saiba como evita-los. A salvia tem muito a oferecer: fascinantes efeitos psicoativos, intensificação sensual, jornadas mágicas, encantamento, aparente viagem no tempo, insights filosóficos, experiências espirituais, e talvez até cura e “divinização”, mas a ela é intolerante com a ignorância. Se for usada de maneira estúpida pode virar-se contra você. 


A Salvia divinorum e seu principal ativo, salvinorina A, são substâncias legais nos EUA, Europa, Brasil e na maioria dos outros países. A Austrália é o único país que passou a considerá-la ilegal. Devemos mostrar seriedade e respeito para que esta preciosa erva continue legal e possa ser usada por adultos responsáveis. 
Há trabalhos científicos que afirmam que a Salvia divinorum tem sido consumida pelos xamãs Mazatecas há centenas de anos. Estes trabalhos não relataram nenhum dano à saúde que pudesse ter sido causado pelo uso desta planta, nem qualquer evidência de que este uso tenha provocado dependência, seja física ou psíquica. Também não há qualquer evidência científica de o salvinorin A e o salvinorin B sejam substâncias que causem dependência. Esta planta sagrada é reconhecida e respeitada por vários povos tradicionais do México. Entre estes povos, ninguém conta histórias negativas a respeito da salvia. Pelo contrário, a Salvia divinorum faz parte da cultura espiritual ou religiosa desses povos. 


Existem substâncias das quais é necessária uma quantidade cada vez maior para se obter os mesmos efeitos. Estas são, em geral, prejudiciais à saúde. A salvia, porém, é diferente, pois há vários registros de que, à medida que a pessoa a utiliza, a quantidade necessária para produzir os mesmos efeitos é cada vez menor. Este fenômeno é denominado “tolerância reversa”. Ouvi falar em casos de usuários experientes que só precisavam “pensar” em Salvia divinorum para sentir seus efeitos. Este é um dos motivos pelos quais considera-se que seja impossível alguém ficar “dependente” deste medicamento espiritual. Além disso, tem-se afirmado que esta planta, assim como a ayahuasca, serve como tratamento contra dependência de drogas pesadas. 


É preciso esclarecer que o uso de plantas ou substâncias é uma opção, e não uma necessidade imprescindível para a evolução espiritual. Há quem seja totalmente contra o uso de qualquer substância alteradora de consciência. Apesar disso, sempre existiram pessoas que acreditaram que a Salvia divinorum, assim como outras plantas sagradas, poderia auxiliar os seres humanos na descoberta da verdade sobre si e sobre o universo. Relatos de meditadores experientes afirmam que a Salvia divinorum induziria estados de consciência semelhantes aos de meditações muito profundas, obtidos raramente por eles. A opinião quase unânime é a de que a Salvia divinorum deve ser usada apenas para propósitos meditativos. Pessoalmente, eu também considero este o melhor caminho para seguir com esta grandiosa planta de poder. 



USO MEDICINAL 
Dor de cabeça, enxaqueca e como estimulante. 


USO RITUAL 
Os xamãs mexicanos Mazatecas usavam três métodos tradicionais para consagrá-la em seus rituais: infusão, mastigar e engolir e absorção interna. 


EFEITO 

Os efeitos produzidos pela Salvia divinorum não são comparáveis a quaisquer efeitos produzidos por outras substâncias psicoativas. Dependendo do peso do corpo, sensibilidade, dose tomada, método de ingestão e da potência da sálvia usada, os efeitos variam desde sutis a extremamente fortes. A sálvia não pode ser considerada uma droga para festas em qualquer aspecto. Pelo contrário, as pessoas geralmente não interagem quando se encontram sob o efeito da sálvia, mas têm uma experiência entheógena muito pessoal. 

Algumas pessoas reportam que os efeitos da sálvia se tornam mais fortes após a primeira ou segunda utilização. Algumas pessoas parecem tornar-se mais sensíveis e alcançarem um nível de efeitos mais alto depois de uma ou duas tentativas. Por outro lado, um grande número de pessoas (cerca de 10%) é bastante insensível à salvinorina. Muitas dessas pessoas sentem os efeitos com uma dose mais alta, mas uma minoria não sentirá nada, mesmo com doses maiores.
A duração do efeito de sálvia também varia grandemente, dependendo do método de utilização e da quantidade usada. Fumar sálvia sabe-se que tem um efeito curto. Os efeitos dão-se rapidamente e alcançam o seu auge após 5 a 25 minutos. Os efeitos desaparecem rapidamente, embora possas sentir a influência da sálvia durante uma ou duas horas. Quando tomada por via oral, os efeitos da sálvia surgem mais devagar, mas durarão mais tempo. No entanto, a maioria das pessoas relata que os efeitos acalmam após 60 a 120 minutos.
A sálvia é frequentemente agrupada com outras substâncias psicoativas alucinogênicas, mas na verdade os seus efeitos são únicos. A sálvia é por vezes comercializada como substituto da cannabis, embora os efeitos não sejam nada semelhantes. Durante o efeito de sálvia podem ocorrer vários estados: alucinações bidimensionais, experiências de abandono do corpo, transformação num objeto, viajar no tempo, estar em vários locais ao mesmo tempo, e riso incontrolável.
Para os Mazatecas, o ritual consistia em levar ao paciente para o meio da floresta, onde, na escuridão da noite, eram colhidas as folhas de Salvia e entoados alguns cânticos religiosos para aumentar a “força” das folhas e agradecer ao espírito da Salvia ou “pastora”. Depois, as folhas eram enroladas como charutos e mascadas muito lentamente sem engolir a saliva, já que o estomago dissolve o principio ativo. Quando as folhas são mascadas, os efeitos aparecem depois de cerca de 30 minutos e de ter mascado de 12 a 18 folhas grandes, durando em torno de 40 a 60 minutos. Já quando a planta é fumada, eles duram no máximo de 5 a 20 minutos, sendo muito intensos.
Quando o transe passar, você sentirá os músculos muito relaxados e uma paz interior que te acompanhará pelos dias seguintes à experiência. Também há pessoas que sentem algumas sensações ruins, como a própria morte; ou o corpo derretendo. Podem ser sensações realmente fortes, e temos que estar preparados para lidar com elas sem medos e sem barreiras. Não é fácil. Mas, é possível aprender o caminho se quisermos trilhá-lo.


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